segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA!


Negro é alma, espírito. 
Negro é intrínseco,origem, descendência.
Negro é religião, crença, força.
Negro é dança, tranças. 
Negro não é cor.
DEFINITIVAMENTE, REPETIDAMENTE 
NEGRO NÃO É COR.
Cor é objeto, extrínseco, roupa, situações.
Cor é inorgânico
Mecânico, abiótico.
Negro pode ser pele, tem química, tem sabor
Tem melanina, faz graça, excita a praça.
Negro é irreversível, irresistível.
Negro deve ser irredutível, são os filhos do açoite
NEGRO É RESISTÊNCIA, MALEMOLÊNCIA E ETERNIDADE.


Castro Alves já dizia:
"Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri!"  


Eu canto Caetano: EU SOU NEGUINHA!

sábado, 5 de novembro de 2011

que saudade que eu estava de ler essas coisas, Lindooo!





"O Amor Bate na Aorta

Cantiga do amor sem eira nem beira,
vira o mundo de cabeça para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
Hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta
O amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender..."


(Carlos Drummond de Andrade)

Ressuscitei...vim dizer que estou bem!






Depois de muito cansaço, depois de muito doer, depois de muita neblina, depois de muita busca, sobretudo, a gente descobre, contente que nem criança diante de novidade, onde o amor estava o tempo todo. Onde estava a chave. Onde estava o alimento. Começamos a dedicar carinho e delicadeza a nós mesmos, aqueles que pensávamos que podiam vir somente dos outros.