segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mar e Ana, Mareana, Mariana.

Último final de semana de férias. Depois de vinte dias de fuga.

Me entreguei a boa companhia, quieta e serena de Mariana, que me prometia uma conversa e uns puxões de orelha. Normal. Sempre foi assim.
Antes disso, eu havia esvaziado um balão que estava morando/voando dentro de mim. Escrevi para ele. Risos. Acho estranho chamar ele de 'ele'. Sempre o chamei de 'mow'. 'Ele' é meu ex-namorado. 
Mas chegamos a ilha. Sorrisos, brincadeiras, samba, comida. Uma boa noite de sono. Nasceu. Um novo dia, nublado!!! E assim foi o dia inteiro... E se eu disser que dentro de mim estava havendo trovoada e relâmpagos, superando o dia nublado?!. Fugia da conversa. Estranhei isso, sempre fui muito curiosa. 
No final da tarde, dentro do quarto, eu deitei porque estava 'seilá'. E foi quando Mariana me deixou sem saída, mas eu me perguntei de novo se realmente, depois de ter escrito/esvaziado o balão para 'ele' e não haver respostas, valeria a pena conversar sobre 'ele' com ela. Vale a pena sim. Se é amor, sempre vale a pena.
E ela vomitou tudo. Tudo que havia engolido junto com o sorvete daquela tarde em que passara com 'ele', e que até para ela foi emocionante, cada palavrinha, cada gesto, as coisas mais sérias. Mas ela teve que parar.
Sorvete é tão frio e gostoso. Mas o meu choro, ao ouvir aquelas coisas, estava tão alto e desesperador que ela teve que parar um pouco. Foi quando ela percebeu que Eu e 'ele' temos as mesmas dores.
A dor é simplesmente não ter dado aquele abraço do fundo do profundo do coração por tamanha satisfação e imenso orgulho e prazer de ver quem você ama feliz, realizado. Mais ainda... a dor que sentimos é ter compartilhado todos os momentos ruins, choros e rezas e fraquezas e quedas e até mesmo noites frias dentro do cinzento, falando ao telefone e pedindo para voltar logo e que fazia falta o quentinho de ser doisabraçadosdormindoroncando. Quando chegamos ao ponto de chorar perante ao outro, a bonança parece ser partilha obrigatória. É isso que sentimos a necessidade de compartilhar essa bonança. Eu choro porque não gritei 'parabéns mow' e pulei no seu colo e te beijei demorado e depois enxuguei as lágrimas e falei 'e  as mulheres não vão ficar muito de frete se você estiver de farda não mow?! acho bom você fechar a cara logo viu?! e se for bonita?!' E Mariana me disse assim: 'emocionado ele dizia que todos vibraram muito com a vitória dele, mas que faltou um alguém diferente para compartilhar de um jeito diferente, que faltou você'. 
Eu desabei. Descia em queda livre.
E assim ela foi me contando doçuras, azedumes, salgados. Todos os sabores que eu sentia a cada frase que ela dizia. Sabe o doce, tem mais força, eu eu fico imaginando a cena quando ela "cantou" isso: é que 'ele' reza por tu antes de dormir. E a coincidência/destino/amor é que eu rezo/penso/choro por 'ele' antes de dormir. 
Os puxões de orelha foi quando ela percebia 'ele' em posição de "meu pai", falando como se o fosse, e ela deu razão a 'ele', e eu reconheci a razão deles e os meus erros cometidos contra mim e meu futuro. E imitando as minhas falas 'ele' repetia para ela: 'eu conheço Daniela, como nem o pai e a mãe conhecem', não mentia, 'ele' me conhece.
Eu choro ainda mais quando digo para Mariana: "Eu tenho certeza que fui eu quem conquistei ele e o fiz me amar, mas fui eu quem perdi ele. Também fiz isso."
'Ele' não pensa em conversar comigo, eu penso em conversar com 'ele'.
Estou refletindo a frase: "Se Daniela fosse tudo que ela escrevesse eu casaria com ela, na mesma hora". Essa eu senti agridoce.
Sonhei com 'ele' que me dizia: "Apesar disso vou embora dia 16 de setembro, a passagem está comprada, e me dava um abraço."
Acordei, domingo de sol, o mar e ana, Mariana e sua paz de sempre, o mar e sua energia incomparável. 
Joguei fora o primeiro vício. Eu quero sua vida na minha, como exemplo, pro resto da vida. E esse amorimpossível, mas lindo e de verdade.
De volta para casa, exijo ações/mudanças.



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